segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Amor em paz

Pois bem. Falo a maioria das coisas que penso. E amo muito e demais a quem falo que amo. Até porque, o amor é muito pra mim, é um trunfo que não mostro atoa, só apresento quando é para vencer. A diferença é que não trato quaisquer relações como um jogo, mas aposto tudo (jogo toda a vida que tinha antes fora) para viver e deixar plenamente o amor que escolhi.

Para ser fiel ao título, surge a imperfeição. Como a amizade é a segunda interpretação do amor, passo muitos momentos intensos com os meus amigos. Viramos noites bebendo, conversando, recordando, planejando e analisando o nada, que é o mais importante. Pulo (até de parágrafo).

Numa situação dessas – narrada acima – a mulher/companheira/amiga/esposa/amante/ fica, naturalmente, revoltada. No entanto, mesmo que sol transforme o chão em chapa quente, não abdico de minha culpa. Sim, estou errado pelo horário e coisa e tal. Ouço calado. Porém, é um erro que me deixa de cabeça e moral em pé, uma vez que o meu coração só deseja a minha mulher; jamais aventuras. Já sei distinguir, e por isso sei o que é amor. E eu amo. E quando erro, erro em paz com a minha consciência.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Consternação

Ele se apresentava como uma estrela
Já era o suficiente para a tietagem dar início
Embaraço que privava todos de pensarem no óbvio
A luz anunciada era de vida encerrada há anos luz

Não cabia passos para pouco chão; marcha ritmada e
Cega. Queriam orbitar naquela estrela. Era a
Luz que surgiu para atender às necessidades só
Existentes aos idiotas. E caminharam e circularam pelos
Mais imundos terrenos intelectuais e emocionais

Seguiram como filhos de padre pelos prostíbulos para
Calar a missa interna. Exorcizaram as imagens que
Repousavam nas prateleiras. Beberam o que era dos santos.

A luz morta se apagou. O chão umidecia gradativamente.
Todos se agarravam um ao outro, até desistirem.
O desejo era nulo. Não havia referências de salvação.
Só restava se afogar em meio à lama. As preces estavam num
Livro em branco.

sábado, 14 de novembro de 2009

Indissociável da imperfeição

Nem nunca pedi a Deus
Que minha imagem e
Semelhança fossem igualáveis
À Sua. Semelhança não é iluminada
Pela igualdade. Vive às escuras,
Em plena solidão e ausência de qualquer
Existência.


Vivo margeado da mais santa imperfeição
E tenho certeza que Deus não me
Julgará se baseando nela. Afinal, foi
Ele quem a me garantiu


Porém, na terra, sofro por causa dela
Mesmo tentando arrancar pêlos, póros,
Pele. Não consigo arrancá-la de mim.
Nem sei por onde se adentra essa raiz,
Nem sei se essa raiz também existe.
Apenas sei da imperfeição, independentemente
De sua presença física, que é nada mais,
Nada menos, que eu: a sua materialização


O desejo é apenas que haja o perdão
Por ter nascido com esse mal divino
Com a assinatura sagrada de Nosso
Senhor. Perdão deve deveria vir
A milhares de quilômetros por hora
Até porque, a bandeirada garante toda
A emoção, com o tremor ritmado
Pelo amor

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Amanhã, talvez

15 07 2007

Abro-me ao frio
Assim que abro os olhos e afasto o lençol

Sinto o gelo ao lembrar que bares,
amigos e garotas ficaram no fim de semana.

Hoje é segunda.

Antes de pisar no chão, insisto em pensar em tudo isso
Nos amores às pessoas, à lua, ao céu, à madrugada

Não sei se espero por mais um dia.

Levanto-me e consulto os astros.
É, hoje não é dia para declarações:

o sol transita em outro signo.

(Leandro Moreira)


“(...) Resta esse diálogo cotidiano com a morte, esse fascínio
Pelo momento a vir, quando, emocionada
Ela virá me abrir a porta como uma velha amante
Sem saber que é a minha mais nova namorada" – (O Haver – Vinícius de Moraes)

A humildade na terra das vaidades

27 09 2008

Meu contato com pessoas é muito grande. Todo dia mantenho relação com diversos tipos de gente, em inúmeras situações e circunstâncias. Comprovo a cada dia que não apenas alguns animais estão em extinção. Mas, também, duas qualidades humanas se encontram raras: humildade e a educação.

Sei que a educação é uma construção, que tem seus alicerces na mão-de-obra familiar. No entanto, não tenho dúvidas que 80% de sua consolidação é inerente à vontade do próprio cidadão. Tanto que já encaro a educação como um dom.

E que dom precioso! É digno de muito valor quem manifesta esse dom. Ainda mais no tempo atual, quando a vaidade predomina em todos os campos de ação. Arrisco um lazer nessas festas indiferentes, e vejo uma juventude cultivada com os adubos televisivos, crescendo em estufas chiques e modernamente dogmáticas.

A necessidade de causar impressões deixou de ser estratégia e já se tornou uma prática natural. Vestem-se para agradar olhos ingleses. Forjam brilho superior em seus olhos. Tentam carimbar que são de grupo supino – uma espécie de raça ariana. Sem saber que se nivelam por baixo.

Com essa linha de raciocínio e atividade rotineira, são incapazes de declarar ‘bom dia’ a quem está à margem de seu rico quinhão de ilustres. De pedir ‘com licença’ quando se deseja passar. De abrir um sorriso somente para iniciar uma alegria à alma alheia e ao ambiente. De olhar para os lados e constatar que a diferença é uma poesia.

A humildade está fielmente vinculada à educação. A educação naturaliza o respeito ao próximo. A humildade é a guerreira que finca a lança no peito dos dois dragões: humilhação e exaltação.

Dinheiro, roupas, carros e demais futilidades não podem determinar o caráter, nem o ponto de partida das ações e reações de uma pessoa. Chato dizer o óbvio, porém, é mais chato ainda saber que muitos remam na contramão do óbvio, contrariando, até mesmo, Deus.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Leros e projetos

Como não sei prever aquém dos segundos futuros
Jamais teria em família a saudade de tempos de outrora
Nem distantes assim. Mas, já nostálgicos.

Sinto falta dos leros, dos assuntos sem importância
A desimportância dos atos sem resultados impactantes
Na maioria das vezes, sem nenhum resultado mesmo
Além do simples lero mais lero é igual a sorrisos

Sem leros, vamos falando sério. Ou tentando.
Aquela seriedade de criança que acabou de se deitar
E que tem a certeza de que as brincadeiras precisam
De um breve repouso, para se esbaldar num longo
Dia de travessuras, quando se perde, novamente, a
Seriedade. E retoma os leros, que talvez volte a encontrar.
Quem sabe estão por ali, após uma leve cesta.

Desejo também os projetos. Sinto falta deles.
Saudade mínima daqueles que ficaram
No bolso da utopia.


A falta é dos projetos
Que ainda não se apresentaram. Que não vieram
Ao churrasco, nem se sentou para dividir uma
Gelada na mesa de bar. Junto a um gorduroso
Tira-gosto.


Tire a mesa.
Eles devem estar em outro bar.
Pendura aí pra mim!

sábado, 11 de julho de 2009

Já volto

Vou apenas ali, mesmo deitado
Um tour gratuito, tranquilamente. Com
escala em cada sinapse. Tudo isso é
devido a um leve cansaço que me
atingiu ao ficar parado. Vendo as pedras
que choram, vendo quem chora como
pedras. Agi, quando uma emoção,
dessas rochosas, ameaçou vir a
minha direção.

Que seja pelo céu ou pelo mar.
Que seja. O importante é que seja
Mesmo que eu não seja. Isso é o que
Menos importa. Já que nem sei o que
Quero ser. Vou sendo, simplesmente
Sem redundância ou qualquer outra
Classificação que queira fugir das margens
Gramaticais para rotular meu único
Ser. Seja você um ser mais seu.
Assim que eu retornar... sei lá
Realmente, não sei