quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A simplicidade da beleza absoluta

Não há expectativas. Ninguém faz apostas enquanto ao sexo. Na verdade, não há quem aguarde ou conte os dias. Nasce fechada. Uma pérola escondida. Prestes a transformar o mundo. Colorir a vida. Enlouquecer pássaros e insetos. Tocar no âmago do coração de uma mulher.

Certo que nem todas preenchem o campo de visão feminino. Residem distante. Crescem predestinadas à natureza. Um amor cigano. Talvez, seja isso que explique a vida auto-sustentável da natureza, e toda a efervescência do meio-ambiente.

Ela se abre. Como se quisesse abraçar o mundo com seus braços sensíveis. Seu perfume desafia o infinito, desfila pelas narinas do Criador e O tonteia. Penso ser o motivo único do mundo permanecer mundo, já que pelo homem nada mais haveria.

Ela está madura. Com as pétalas fortes e irradiantes. Ostentando cores que o universo não consegue se caracterizar. Durante a noite, faz estrelas se debruçarem na parede da escuridão, direcionando sua luz para ver o que nenhuma constelação proporcionaria.

Linda flor. Beleza absoluta. A prova de que o encanto dispensa palavras e todos os seus efeitos. Vive em uma graça breve. Dentro do tempo de quem se sacrificaria para alterar a biologia e vir a conquista-la. Infinita. Diante da reencarnação de seu religioso pólen.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Procurando o remanso

Após tantos big bangs, caço agora cantos de pássaros,
Som de cachoeiras e um grande remanso.

Quero, preguiçosamente, ver o casulo transformar-se em
Borboleta. Ser testemunha do nascimento e do óbito das
Flores.

Comparar a intensidade dos verdes. Identificar terras
Férteis. Buscar o silêncio. A observação absoluta.

Tenho evitado algumas ações, para não ter contato
Com as reações. Puxo a cadeira e sento no canto.

Não reclamo das rotineiras injustiças, nem da péssima
Escalação do meu time.

Só abri exceção para a reconciliação com meu violão.
Apenas.

Em sendo assim, vou nadando. Beirando o peito no fundo
Do leito. Hospedando o oxigênio no pulmão.

Volto logo. Até a próxima explosão.