quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Oito no pouso, oitenta no vôo

O céu já não era o mesmo. Até mesmo as flores que nasciam não tinham mais a sua marca. Ela voava distante, mais pra perto de onde nunca fui. Oitenta milhas além da minha imaginação. E eu tinha que continuar caminhando.

Aprendi a ter esperanças. A acreditar, principalmente, no improvável. Não tinha uma foto sua guardada em meu bolso. Mas, carregava em todas as gavetas da memória um momento nosso, e infinitos bater de asas.

Até que os ares foram mudando. O céu foi ganhando novo brilho e o azul vibrava ainda mais forte. O que tinha de verde se alegrou. E o que tinha de água chorou de felicidade, em cachoeiras e pequenas quedas.

A avistei. Estava se aproximando, há oitenta batidas do meu coração. Sentei-me na pedra. Ela pousou ao meu lado, há oito sinônimos do amor. Tão perto, tão mesma, tão decifrável, tão linda.

Aliviou-se ao meu lado, em oito suspiros de alma. Embalei na mesma paz e tornei-me, novamente, carona de sua direção. Repleta de perfume, me levou ao transe. Descobri que dela nascem as rosas, em forma e em cor preferida.